Prof. Dênis Quadros
Ms. Treino de Alto Rendimento Desportivo
O sintoma de dor muscular advinda do treino denominada “miopatia do exercício” normalmente só se manifesta apenas um ou dois dias depois da carga, encontra-se no seu ápice durante dois dias e depois vai progressivamente atenuando.
Esta dor normalmente vem de um esforço muscular excessivo, devido a aplicação de forças em certas fibras musculares como por exemplo quando realizamos algum tipo de treino de força excêntrica ou força potência (pliometria), ou até mesmo quando realizamos corridas muito rápidas, ou quando realizamos muitas mudanças de direção como é comum na prática do trail running.
Quando no início do esforço, primeiro devido à inexperiência do sistema muscular – não estando ainda o músculo nas condições ótimas para um exercício pouco comum, ou na sequência de uma longa interrupção do treino – somente algumas unidades motoras estão inervadas ou então, quando a coordenação – no próprio músculo (intramuscular) ou com outros músculos (intermuscular) – é defeituosa, o que acarreta uma maior sobrecarga em apenas um pequeno número de fibras musculares, sofrendo assim consequentemente pequenos traumas.
Diante destas microlesões no tecido muscular inicia-se um processo inflamatório caracterizado pela dilatação dos vasos com aumento do fluxo sanguíneo no local. Diversos fatores estão envolvidos neste processo que acabam por estimular os receptores de dor e que provocam o desconforto nos dias seguintes.
Assim podemos concluir que a dor pode ser iniciada pela lesão, mas a causa são os mecanismos inflamatórios, portanto não há uma relação temporal entre a dor e os danos teciduais, logo a ausência de dor NÃO quer dizer que o músculo já esteja totalmente recuperado e que já possa sofrer uma nova sobrecarga, é preciso sim ter uma ótima gestão entre estímulo e recuperação neste caso sem descuidar da alimentação equilibrada e o descanso, podendo por vezes utilizar-se de treinos menos intensos como recurso de uma recuperação ativa, para não correr o risco de traumatizar ainda mais a musculatura que não está totalmente recuperada o que poderá trazer danos indesejáveis à melhoria da performance.
Ao contrário do que falamos anteriormente uma dor muscular forte não sendo uma simples perturbação, pode ser o indicador de uma distensão ou até mesmo, uma ruptura. Neste caso a solução é não prosseguir com o treino duro, mas sim iniciar uma recuperação plena como por exemplo adição de medidas que favoreçam a irrigação sanguínea local com aplicação de calor.
Lembrando também que a dor (aguda ou crónica) não é necessariamente o sinal de um trabalho eficiente, portanto cuidado com os excessos.
JAN