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Densidade Mineral Óssea e Osteoporose, Importância do Exercício Físico na Preservação dos Ossos.

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Densidade Mineral Óssea e Osteoporose, Importância do Exercício Físico na Preservação dos Ossos.

DÊNIS QUADROS

A osteoporose é um distúrbio no metabolismo ósseo, caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea (DMO) com a sua respectiva deterioração, que leva a um aumento da fragilidade do esqueleto e consequentemente aumenta o risco de fraturas.

O decréscimo da DMO está relacionado não somente ao processo de envelhecimento, mas também com a genética, aos níveis hormonais de testosterona e estrogênio – daí o motivo pelo qual as mulheres a partir da menopausa tenham cuidados aumentados com relação à osteoporose –, com desequilíbrios no estado nutricional como a falta de vitamina D que é necessária para a secreção de substâncias que ajudam a formar a estrutura óssea, com o excesso com de consumo da cafeína, maus hábitos e estilo de vida como o sedentarismo, abuso do álcool e do tabaco, doenças que afetam o metabolismo ósseo e a utilização de medicamentos tais como antidepressivos, anti-hipertensos e corticóides, ou seja, tudo isso contribui para um desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea.

A massa óssea aumenta durante a infância e adolescência e o seu pico é atingido entre os 18 e 20 anos, quando se estabiliza e, posteriormente diminui progressivamente, em ambos os sexos entre os 35 e 40 anos, com um declínio maior na mulher após a menopausa. A probabilidade de ocorrer uma fratura devido a osteoporose após os 50 anos e até o fim da vida é de 40% nas mulheres e de 13% nos homens sendo estas fraturas extremamente preocupante pelo seu impacto social na população idosa, devido ao seu auto grau de morbidade e mortalidade.1

Cabe aqui também dizer que a perda da massa óssea de forma isolada tem a característica de não provocar qualquer sintoma, e portanto esta doença tem normalmente uma evolução silenciosa, no entanto, os sintomas surgem quando as pessoas apresentam seguidas fraturas, por isto não devemos confundir a osteoporose com outra patologia com nome parecido como a artrose que é o desgaste das articulações, ambas podem estar presente, porém o quadro de dor é atribuído à artrose e não a osteoporose que desencadeia o quadro de dor somente quando houverem fraturas.

Mulheres jovens que praticam atividades físicas que envolvam a sustentação do peso do próprio corpo possuem massa óssea mais alta do que em relação a mulheres jovens sedentárias. Há ainda a comprovação de que, em humanos, exercícios físicos, desenvolvidos nas fases de crescimento e de desenvolvimento, determinam ganho de 7 a 8% de massa óssea no indivíduo adulto, reduzindo substancialmente os riscos de fratura em idade avançada.2 No entanto, o declínio do exercício vigoroso observado no estilo de vida sedentário associado ao avançar da idade mantém paralelismo com a perda de massa óssea relacionada à idade, em contrapartida são inúmeros as investigações a mostrarem que mesmo em idade adulta, as pessoas que adotam um estilo de vida ativo possuem uma massa óssea muito maior, em comparação com seus congêneres sedentários, e, este benefício é mantido até à sétima e mesmo à oitava década de vida.1

Portanto o exercício pode proporcionar um estímulo seguro e possante para manutenção e até mesmo aumento da massa óssea nos adultos, e isto já é bastante consensual no meio científico. A força mecânica proporcionada pela contração dos músculos na prática de exercício físico regular e estimula a atividade regenerativa óssea, ocasionando, assim um estímulo na incorporação do cálcio no osso, no entanto estes benefícios dependem sobretudo do tipo de exercício e da intensidade do mesmo dado que os efeitos sobre o tecido ósseo variam podendo até serem prejudiciais.

Quanto a isto o posicionamento do Colégio Americano de Medicina Desportiva – ACSM reforça a importância do treino de força e ressalta que a sua prática regular desenvolve e mantém as estruturas musculares e óssea, além disto muitos outros autores afirmam que os exercícios com pesos (musculação) constituem o mais eficiente estímulo conhecido para o aumento da massa óssea, estes benefícios ocorrem pelo fato da musculação ser uma atividade que tem como princípio o aumento progressivo das cargas.

 

REFERÊNCIAS

  1. BALSAMO, S.; SIMÃO, R.. Osteoporose, Fibromialgia, Diabetes Tipo2, Artrite Reumatóide e Envelhecimento. 2ºEd. Phorte Editora 2005/2007
  2. OCARINO, N. M.; SERAKIDES, R.. Efeito da atividade física no osso normal e na prevenção e tratamento da osteoporose. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 12, No 3 – Mai/Jun, 2006
  3. RITTWEGER, J. Can exercise prevent osteoporosis?, Journal of Musculoskeletal and Neuronal Interactions – 2006; 6(2):162-166

 

 

 

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