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Traumatologia da Anca no Desportista (Pubalgia)

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Traumatologia da Anca no Desportista (Pubalgia)

Prof. Dênis Quadros
Ms. Treino de Alto Rendimento Desportivo

Existem muitas dores que independente do nível de performance rondam os praticantes de desporto.

Algumas dores podem ser até confundidas com diferentes tipos de patologias, dentre as quais a pubalgia merece destaque devido às suas características específicas. Esta patologia sendo dolorosa e que incomoda alguns desportistas como futebolistas e até mesmo alguns corredores precisa ser evitada ao máximo e no seu surgimento deverá ser imediatamente tratada, sob um diagnóstico preciso para que o tratamento dê resultado.

Em alguns desportos é muito frequente as lesões microtraumáticas sobretudo na parte interna e posterior da coxa (adutores e isquitibiais) que por sua vez dão origem a pequenas inflamações nos pontos de ligação destes músculos com a anca. Provavelmente estas lesões devem-se ao fato de que estes pontos atuam de modo relativamente fixos, ou seja, com altas exigências excêntricas que por si são muito solicitadoras do tecido conjuntivo, pois este tem entre as suas funções unir a musculatura ao osso e dar suporte na absorção dos impactos gerados nessas estruturas.

Assim é possível perceber que, se estes músculos estiverem ou forem demasiadamente trabalhados (fortes mas encurtados), estarão sujeitos a um maior stresse lesivo. Isto também é válido no aparecimento de outros tipos de patologias como por exemplo as relacionadas com um padrão precoce de apoio do pé do corredor, que devido ás fortes cargas excêntricas exigidas por este tipo de mecânica sobre a musculatura posterior da perna (gémeo e sóleo) exigem também um forte trabalho do tecido conjuntivo formativo do tendão de Aquiles.

Algumas alterações no movimento podem também predispor os praticantes a pubalgia. Por exemplo os gestos de remate realizados no futebol exigem uma dinâmica complexa de diversas cadeias musculares, esta exigência dá origem a fortes tensões no púbis, fazendo da anca um centro de conflito entre músculo e tendões, aonde na parte anterior os músculos são frequentemente mais exigidos em atividade concêntrica e posteriormente mais solicitados em atividade excêntrica (frenadora). Na corrida, aonde nos encontramos constantemente apenas sobre um dos apoios no solo, acabamos por gerar tensões lesivas na região púbiana, devido a ocorrência de movimentos de deslizamento da anca que também são altamente prejudiciais a sínfise púbica.

Como vimos a publagia pode ser resultado das tensões dos diversos músculos e dos pequenos movimentos ocasionados na sífise púbica, através de repetições de gestos estereotipados, mas também de desequilíbrios musculares e alterações posturais como a hiperlordose lombar, anteversão da anca, diferenças no tamanho dos membros inferiores, problemas estes que precisam ser resolvidos se quisermos realizar um tratamento etiológico e não apenas sintomático.

Neste sentido a proposta passa pela prevenção, fazendo uso de um ajustado treino de força a fim de readquirir o equilíbrio entre os músculos para ai sim reduzir e posteriormente cessar os mecanismos agressivos. Desenvolver um trabalho de consciência e correção postural agindo sobre as alterações biomecânicas. Desenvolver um trabalho de extensibilidade músculo-tendinosa com a preservação das zonas dolorosas, utilizando técnicas passivas ou ativo-passivas em que a componente activa seja prioritariamente uma atividade excêntrica suave que proporcione uma maior amplitude de movimento, visando o posterior relaxamento muscular pelo reflexo tendinoso.

REFERÊNCIAS PARA CONSULTA

HORTA L. Prevenção de Lesões no Desporto. Editoria Caminho, 1995

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