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Destreino

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Destreino

Prof. Dênis Quadros
Ms. Treino de Alto Rendimento Desportivo

Os efeitos do exercício físico mostram a extraordinária capacidade que o nosso corpo tem para responder aos estímulos que lhe são proporcionados. Após várias semanas de treino, os sistemas, cardiovascular, endócrino, ventilatório, neuromuscular, que estão a ser solicitados evidenciam adaptações que aumentam as suas capacidades de tolerância para o tipo de estímulo que está a ser dado.

Entretanto, apesar do treino promover uma vasta adaptação fisiológica, os longos períodos de inatividade estão associados com uma reversão de muitas adaptações funcionais dentre as quais passo a destacar algumas:

SEMANAS

  • Um dos efeitos mais impressionante do destreino é o declínio rápido no volume sangue ejetado pelo coração (volume sitólico). E quanto ao aumento do coração estudos apontam que nas primeiras 3 semanas já é possível observar perdas significativas da massa cardíaca. A frequência cardíaca aumenta consideravelmente com o destreino, refletindo uma tentativa de neutralizar as grandes reduções no volume sanguíneo e no volume sistólico.

1 SEMANA – 1 MÊS

  • O seu metabolismo começa a abrandar entre uma semana a um mês devido à inatividade e os seus músculos começam a ficar mais pequenos. Se não fizer uso da energia ingerida no alimento consumido, esta passará a ser armazenada como gordura no seu corpo.

1 MÊS

  • Os aumentos no VO2Máx que nada mais é do que a capacidade do nosso organismo captar e utilizar o oxigénio, produzidos pelo treino de endurance, são anulados totalmente após alguns meses de destreino, com um rápido declínio no primeiro mês de inatividade e um declínio mais lento durante o segundo e terceiro mês.

2 MESES

  • O treino de endurance moderado de vários meses acarreta um aumento da capilarização muscular de 20-30% acima dos níveis pré treino. Entretanto, parece que em 2 meses de destreino apenas, são o suficiente para estes benefícios serem anulados por completo.

3 MESES

  • As respostas ao destreino na musculatura são diferentes em indivíduos altamente treinados que praticaram regularmente exercícios intensos por vários anos aonde nenhuma perda da capilarização muscular por pelo menos 3 meses ocorre com a interrupção, entretanto indivíduos que treinaram apenas por uns poucos meses esta perda pode ser resultado de uma reversão completa dos aumentos induzidos pelo treino, juntamente com a significativa perda da força muscular.

3-6 MESES

  • Entre 3 a 6 meses o aumento de peso é visível. Se o seu gasto calórico através do treino era de 500 calorias e se mantém os mesmos hábitos alimentares, conte com um aumento de 5 a 10 quilos no seu peso.

6-9 MESES

  • Com o aumento do peso entre os 6 a 9 meses e a diminuição da prática de exercício físico há um decréscimo da atividade cardiovascular, tendo com isso uma maior probabilidade de aumentar a sua pressão arterial e um risco acrescido de doenças cardiovasculares e diabetes tipo II.

9-12 MESES

  • Entre 9 a 12 meses a sua saúde mental pode ser afectada visto sua auto-estima e pode causar um isolamento social. Haverá um decréscimo na produção de hormonas como a serotonina e endorfina que são necessárias para evitar estados de depressão.

1 ou + ANOS

  • Um ou mais anos a medida que envelhecemos é necessário treinar mais, para manter o seu nível de condição e independência física. Se grupos musculares não são continuamente solicitados, tentem a enfraquecer. Na ausência de exercícios de força que envolvam a calistenia e algum nível de impacto, os ossos tendem a ficar mais frágeis e haverá um maior risco de osteoporose.

Para isso deixo aqui um pensamento interessante de Zig Giglar aonde diz “As pessoas costumam dizer que a motivação não dura sempre. Bem, nem o efeito do banho, por isso recomenda-se diariamente.”

Lembrem-se que vivemos no nosso corpo todo o ano, não é só quando faz sol!
Por isso quando será seu próximo treino?

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