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Economia de Corrida e Força Muscular

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Economia de Corrida e Força Muscular

Prof. Dênis Quadros
Ms. Treino de Alto Rendimento Desportivo

A economia de corrida (EC) envolve a quantidade de oxigénio que está sendo consumida em relação ao peso corporal do atleta e à velocidade na qual ele está a correr com o menor gasto energético. Sendo esta  capaz de explicar o motivo pela qual, atletas com o mesmo VO²máx  nem sempre atingem os mesmos desempenhos atléticos, ou seja, os corredores com boa EC usam menos energia e, portanto, menos oxigénio do que os corredores com pobre EC com a mesma velocidade. Esta componente é importante na performance em eventos de meio fundo e fundo, alguns estudos relatam inclusive que a EC é tão importante que chega a corresponder 30%  do desempenho em provas de fundo, aumentando ainda mais o seu grau de importância em função da distância a ser percorrida, fundamentalmente por causa das implicações energéticas.

A EC pode ser influenciada por diversos factores dentre eles, ambientais, fisiológicos, biomecânicos e pelo biotipo dos atletas.

No que diz respeito ao treino e a melhoria desta condicionante podemos destacar o treino de força, mas não estou a falar de qualquer treino de força, pois dependendo do estímulo este pode ser contraproducente, neste caso os estímulos que levam ao aumento da massa corporal por vezes pode atrapalhar na performance. Entretanto o treino de força explosiva através de métodos pliométricos não apresentaria essa desvantagem, sendo esta uma estratégia a considerar na melhoria da EC, pois incluem adaptações neurais e metabólicas dentro do músculo: como aumento das mitocôndrias e enzimas oxidativas, o aumento da capacidade dos músculos de armazenar e liberar energia elástica evento que não requer nenhum custo metabólico e a mecânica mais eficientes que levam a menor energia desperdiçada em forças de frenagem excessiva e a oscilação vertical.

O aumento da força muscular promovido pelo treino bem orientado e específico é um factor de protecção articular, importante para os praticantes de corrida e para além do papel profilático a melhoria da força assume papel fundamental para o desempenho. A potência muscular aumenta paralelamente ao aumento da força, permitindo acelerações maiores e manutenção de velocidade nos aclives do percurso. O limiar anaeróbio também aumenta paralelamente ao aumento da força muscular. Um corredor mais forte, portanto com limiar anaeróbio mais alto, consegue correr mais rápido aerobiamente, retardando a fadiga. Isso fica perfeitamente perceptível dado que ter passadas potentes faz com que a corrida pareça mais fácil, ou seja, quanto mais força você é capaz de usar para empurrar o chão com o pé, menos esforço terá que aplicar a cada passada, como resultado, ficará mais fácil correr mais rápido e você sentirá que tem mais força de reserva para usar em momentos mais adequados durante uma prova isso é o que podemos dizer “correr economicamente”.

O treino de velocidade conhecido como treino de repetições de corrida também apresenta melhoras significativas na EC, pois ajudam o corredor a recrutar unidades motoras mais desejáveis durante a corrida em ritmo de prova ao contrario do treino tradicional de resistência contínuo e de longa duração.

Referências
SAUNDERS, P. U., D. B. Pyne, R. D. Telford e J. A. Hawley. Factors affecting running economy in trained distance runners. Sports Medicine, v.34, n.7, p.465-85. 2004.
TARTARUGA, M. P. Relação entre economia de corrida e variáveis biomecânicas em corredores fundistas. Porto Alegre: Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.
SANTOS, J. A. R. Economia de corrida: uma breve revisão. Investigação aplicada em atletismo. Um contributo da FCDEF.UP para o desenvolvimento do meio-fundo e fundo. 2002

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